domingo, 7 de junho de 2009

FAZENDO O NADA


Existe tanta coisa a ser comentada, todas importantes…Por onde começar?Mas… quem acaba dando o empurrão é o meu coração, quando sussurra baixinho mas firme:“– Deixa de lado a pretensão, a arrogância e solta… larga, relaxa, abandona, deixa ir, esvazia… Faça silêncio interior, faça o nada… Deixa o canal aberto e limpo. Faça paz!”Pronto. É a dica! Fazer o nada, diferente de fazer nada.Porque quando pratico o abandono de meu ego, calo o burburinho de minha mente, esvazio minha caixa de desejos, percebo o que meu Eu Superior está me ensinando: a curtir o vazio, a fazer o nada, a praticar o renascimento em meu coração e em minha vida.Nossa! Quanta coisa ao mesmo tempo! Parece complicado mas é tão simples! Como não percebi antes?
Vazio. Sinônimo de oco, vácuo, desocupado, isto é, pronto para receber, ser ocupado, preenchido. Se desocupo meu coração de mágoas, ressentimentos, frustrações, raivas, medos, auto-imagem negativa, fofoca, valor à opinião dos outros, etc, dou lugar para sentimentos positivos como auto-estima, confiança, compaixão amor, alegria, motivação, criatividade, inspiração e entusiasmo.Dou espaço para meu poder pessoal se espreguiçar e poder se manifestar.Minha luz interna se reacende, minha fôrça se reforça. É o grande exercício de desapego.Desapego. Muito se fala em abrir espaço para obter coisas novas: não deixar os bens parados, talentos e potenciais cristalizados, não guardar roupas e objetos em desuso com a sensação de que “um dia se irá precisar”, são regras definidas para se alcançar o sucesso e a prosperidade. Mas… isto é desapego ou troca?O verdadeiro desapego confia, com absoluta certeza, que a Vida está cuidando de suprir não só o necessário mas também o que se almeja a mais. É largar com consciência, sem dó, sabendo que não haverá falta e que tudo virá na medida e no momento e certos.
Quer desapego maior que o perdão? Soltar as amarras do orgulho ferido, que prendem ao desafeto, ruminando o que já passou, revivendo e alimentando uma energia dolorosa e destrutiva, criando formas ilusórias de compensação emocional que só levam a mais amargura e frustração… Resultado: alívio, relaxamento, alegria, leveza, libertação!Soltar o medo. Confiar. Entregar-se, a si próprio, à divina força interior da qual somos todos possuidores. Acreditar calma e firmemente que o Uno está sempre presente, nos aconchegando a todo instante na fartura de sua Presença. Crer e se libertar.Esvaziar-se da pretensão, da arrogância de querer sempre ser o dono da verdade, o controlador, o ordenador, o perfeito, o foco das atenções, enfim, a estrela do espetáculo da vida. Deixar a doçura se crescer e se instalar no coração, bem quentinho…
Jogar fora a culpa! Que coisa mais séria! Aceitar-se como se é, com humildade e sem fantasias, parar de se incriminar, acusar, vitimizar.Ah!… Largar a vítima… Isto é muito forte, terrível! Deixar de lado o coitadinho, o fraco, é ser livre também, sem precisar manipular para se valorizar; é assumir a si e aos seus atos, ser consciente, responsável por si próprio e pelas conseqüências de suas atitudes, ser livre para traçar seu destino. Liberdade, auto-respeito, auto-confiança, força, poder realizado e realizador são os resultados desta nova atitude. Desfazer-se da raiva como instrumento de ataque, esgotar sua fôrça de agressão e vingança para permitir o crescimento de seu verdadeiro potencial criativo, investindo na espiritualização da energia instintiva. Autoridade sem autoritarismo, presença sem presunção, brilho sem ofuscamento. Livrar-se das opiniões alheias: apoiar-se, acreditar em si próprio, respeitar-se, amar-se, dar-se o direito de ser si mesmo. Mais uma ves ser livre. Religar-se ao divino em seu interior.
Estamos condicionados somente a ver as coisas “de fora”, a percebê-las segundo parâmetros que nos foram impostos ou ensinados pela herança secular da sociedade, em sua busca de realização e sucesso através da ilusão e da matéria.Buda nos diz:“Tornando erradamente o falso como verdadeiro e o verdadeiro como falso, você faz vista grossa para o coração e se enche de desejos.”E Jesus completa, quando diz a Nicodemos: “A não ser que nasça novamente, você não entrará no reino dos céus.”Conclue-se então, que desapego é sinônimo de renascimento, quando deliberada e conscientemente se abandona tudo que não é funcional e que bloqueia, aprisiona, paraliza, emperra, cristaliza, impede. Desapego é movimento, atualização, autoconhecimento real e o amor verdadeiro por si próprio que Jesus recomendava quando dizia “Ama teu próximo como amas a ti mesmo”.É tornar-se inocente como a criança – mais uma recomendação do Grande Mestre – coração puro, limpo, desinteressado, descontaminado, aberto. É fazer o nada, esvaziar-se, mas, sem ser preciso negociar, agir racionalmente conforme as regras formatadas pelos gurus da auto-ajuda, porque o espírito – agora liberto – se encarrega de preencher o vazio com suas qualidades e potenciais, alicerçando, alimentando e reforçando o novo ser renascido de si próprio como a fênix renasce das cinzas.Acaba a ilusão e começa a pura realidade: forte, dinâmica, livre e leve, alegre, feliz, fulgurante. Porque o autêntico conhecer e sentir acontece no coração e não na cabeça, através da compaixão e do amor que libertam e religam.Ah, como foi bom escutar meu coração e deixar minha alma falar em vez de deixar minha mente e minha intelectualidade se sobreporem a eles! Meu peito está cheio de alegria e paz, porque entendi muita coisa e pude compartilhá-la com todos que me leêm, a quem agradeço pelo respeito e atenção.Paz, luz e progresso para você.Que assim seja, hoje e sempre, para todos.



Guarda-roupa da mente...
"Olhamos aquelas roupas que não usamos há tanto tempo.Aquele sapato que machuca os pés, mas insistimos em mantê-lo guardado.Há ainda aquele terno caro, mas que o paletó não cai bem, ou o vestido"espetacular" ganho de presente de alguém que amamos, mas que não combinamais conosco , ou que nunca usamos.Às vezes, tiramos alguma coisa e damos para alguém, mas a maior parte fica lá, guardada sabe-se lá porquê ?Tudo o que não serve mais e fica guardado, só lhe traz energias negativas.Livre-se de tudo o que não usa .Acontece que nosso guarda-roupa não é o único lugar da vida onde guardamos coisas que não nos servem mais.Você tem um guarda-roupa no interior da mente.Dê uma olhada séria no que anda guardando lá.Experimente esvaziar e fazer uma limpeza naquilo que não lhe serve mais.Jogue fora idéias, crenças, maneiras de viver ou experiências que não lhe acrescentam nada e ainda lhe roubam energia.Faça uma limpeza nas amizades, aqueles amigos cujos interesses não têm maisnada a ver com os seus.Aproveite e tire de seu "armário" aquelas pessoas negativas, tóxicas, egoístas que tentam lhe arrastar para as tristezas, mágoas e sofrimentos.A insegurança dessas pessoas faz com que busquem outras para lhes fazercompanhia, e lá vai você junto com elas.Junte-se a pessoas entusiasmadas que o apóiem em seus sonhos , projetospessoais e profissionais.Não espere um momento certo, ou mesmo o final do ano, para fazer essa"faxina interior".Comece agora e experimente aquele sentimento gostoso de ser livre .Liberdade de não ter de guardar o que não lhe serve.Liberdade de experienciar o desapego. Liberdade de saber voce mudou paramelhor, e que só usa as coisas que verdadeiramente lhe servem e fazem bem..."Wilson Meiler é psicanalista e autor de vários livros dentre os quais oBest-seller "De Bem com Você, De Bem com a Vida".

Nenhum comentário: